segunda-feira, outubro 31, 2005

Tempos modernos

"Há um valor simbólico que as televisões instalaram no nosso quotidiano. A maior parte dos repórteres combina a ligeireza do olhar e a futilidade das observações com uma juventude que há muito deixou de ser um mero índice etário, para passar a funcionar como metáfora mediática: é jovem, logo tudo lhe pode ser permitido e desculpado. Pior um pouco: alguns dos menos jovens fazem um esforço patético para integrar a irresponsabilidade jornalística de muitos dos seus pupilos." João Lopes
Dica de Webjornal.

domingo, outubro 30, 2005

Paradoxos

Sempre que julgo ter aqui um post interessante... ninguém comenta.
Como diria o grande humorista do momento: Puta que pariu!!!

A moeda má

Parece que vinte por cento dos licenciados que o país recentemente produziu, resolveram emigrar e, a julgar pelo passado, nunca mais cá voltam. Mas ficaram ainda mais de 40.000 no desemprego, incluindo muita gente com o mestrado e o doutoramento. Pior do que nós... só o Haiti e a Jamaica. E depois perguntam como Portugal chegou ao que chegou. Chegou assim: com políticas de uma inimaginável estupidez, conduzidas por meia dúzia de indivíduos que ignoravam militantemente a história e a realidade do país e se aplicavam a imitar o que se fazia lá fora e, em particular, o que se fazia na "Europa". Os responsáveis são conhecidos. Pela parte "técnica", Veiga Simão, Fraústo da Silva, Roberto Carneiro e Marçal Grilo e, agora, Mariano Gago. Pela parte do governo, Cavaco e António Guterres, que envenenou tudo em que tocou. Infelizmente nem perante o desastre se aprendeu a lição. De Cavaco a Sócrates, com uma persistência que roça o patológico, o regime continua a repetir que Portugal precisa antes de mais nada de "qualificação" e "formação".
Já se percebeu há quase meio século que não vale a pena "sobreeducar" sociedades com um mercado de emprego semi-arcaico, porque as "competências", sejam elas quais forem, de facto desnecessárias, desandam para onde as podem usar e, naturalmente, lhes pagam bem. Na prática, o contribuinte português paga hoje a "qualificação" e a "formação" de uma pequena parte dos "recursos" , que por aí se chamam "humanos", da América e do Canadá, da Inglaterra e da França, da Espanha e do Brasil. E paga também a "qualificação" e a "formação" de 5.000 pessoas por ano, que o Estado enganou e condenou a uma vida para sempre frustrada.
E a história não acaba aqui. O Estado criou ou permitiu que se criasse uma enorme e abstrusa máquina, que vai do pré-escolar ao ensino superior oficial (hoje irremediavelmente degradado) e do "colégio" católico com subsídio por cabeça ao comércio vil de "universidades" privadas que são uma vergonha nacional. E, como o produto dessa máquina é largamente inútil, o Estado, para disfarçar a calamidade que ele próprio promoveu, mete inúteis num funcionalismo público igualmente inútil, que nos levou à calamidade maior da crise orçamental e da estagnação económica. A moral a tirar desta comédia sem desculpa é a de que o dr. Cavaco tem razão: nós gostamos mesmo da moeda má.
Vasco Pulido Valente hoje no Público

Adenda: Para quem não quiser pagar ao Belmiro de Azevedo a leitura do Público, em breve disponibilizarei aqui o meu NIB.

As frases da semana

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Já que está no inferno, abrace o capeta e divirta-se.

O Português, sempre que teve ocasião e espaço, espalhou-se.

Se os marinheiros são bons, o mesmo não se pode dizer dos timoneiros.

sábado, outubro 29, 2005

Os filhos de Alex


Dizem-me que este filme é uma sequela de "L’Auberge Espagnol", que não vi. Apesar disso, achei "Les poupées russes" um filme bem giro, que me fez lembrar "Os amigos de Alex" vinte anos depois. Um grupo de amigos que se encontra, não por causa de um funeral, mas de um casamento. Se calhar a diferença não é grande.

sexta-feira, outubro 28, 2005

20 valores

"O Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer"

Se Camões vivesse hoje em dia, tomava uns anti-piréticos, uns quantos analgésicos, Xanax ou Prozac para a depressão, comprava um computador, consultava a página do Murcon e descobriria que essas dores que sentia, esses calores que o abrasavam, essas mudanças de humor repentinas e esses desatinos sem nexo não eram feridas de amor mas somente falta de sexo.

Análise do poema, de uma aluna de 16 anos da Escola C+S da Rinchoa.

Menage à trois

Segundo a Inês Pedrosa, este combate não vai ser a dois.
(... pena é serem só gajos!)

Avós


Pergunto-me se estas quatro crianças, aqui ao colo do avô numa foto do Expresso, terão conhecido o outro avô. É que esse ainda era mais engraçado. Era empresário de espectáculos, empresariava artistas, pode até talvez dizer-se que a "kizomba" e o "kuduru" não seriam o que são hoje se não fosse o gosto musical e o faro empresarial desse homem. De entre os vários artistas que tinha "em carteira", havia uma pérola rara, um homem que se tem vivido nos States provavelmente tinha morrido rico e famoso, e com milhões de discos gravados. Mas este nascera em Angola, chamava-se Minguito, e era cego. Quem tenha vivido em Luanda nos anos sessenta lembrar-se-á dele com certeza. Com a sua concertina, o Minguito a tocar música de "Rebita" levantava as plateias dos subúrbios quando queria, bastava estar inspirado. Espectáculo com ele em cartaz era sucesso garantido. E o Minguito tinha um sonho, que era um dia vir actuar a Portugal. Já outros o tinham feito, porque não ele? Seria a consagração suprema. Eduardo Nascimento (num estilo mais modernaço) tinha há pouco ganho o Festival da Canção, e o Ouro Negro (uns anos antes) até acabou por ficar por cá. Naquela altura, para um artista angolano, Lisboa era o Mundo.
Uma história que se contava em Luanda, era que o Minguito tanto insistia, tanto insistiu com o seu empresário, que um dia este resolveu fazer-lhe a vontade. "Minguito, temos finalmente um espectáculo em Lisboa. Prepara as tuas coisas". Daí a uns dias levou-o ao aeroporto, alugou um táxi-aéreo, meteu-se com ele no avião, deram umas quantas voltas no ar... e depois levou-o a uma das salas de Luanda onde tinha um espectáculo já marcado. Diz quem viu que foi um espectáculo memorável, com o público a aplaudir de pé... e que o Minguito até chorou!

Fado

Um país deprimido, à beira mar plantado,
que se arrisca a acordar um dia encavacado.
Lá lá lá lá lá...

quinta-feira, outubro 27, 2005

Alice

Há muito tempo que não lia uma coisa tão bonita.

(Este texto do Zé Mário Silva, que é da idade dos meus filhos, é uma daquelas coisas que me deixa envelhecer tranquilo.)

Wishful thinking

Cavaco vai com Alegre à segunda volta, forma-se uma vaga de fundo... e perde. Não me digam que não tinha graça!

Presume-se

que Soares, quando falou em "revanchismo", manifestava o receio de que a previsível vitória de Cavaco e a sua consequente derrota, atirem o 25 de Abril, a sua memória e a sua esperança, definitivamente para o baú do 5 de Outubro. Mas não é onde estava já?

Comovente!

quarta-feira, outubro 26, 2005

Juro que estou inocente!

Aqui há uns meses, numa página do Diário de Notícias, este blog foi mencionado como blog do dia. Hoje tornou a sê-lo. Quero aproveitar esta ocasião para agradecer tanto mimo, e reafirmar que não mexi um dedo para isso. Até porque a inveja é uma coisa muito desagradável... e a soberba também.

(PS: Alô pessoal da redacção, já vi que gostaram daquele uísque. Amanhã segue outra caixa.)

Desenrascanso,

essa inefável qualidade que os lusitanos espalharam pelo mundo.

"Nosotros, brasileños, somos tán conhecidos por nuestra capacidad de enruelar otras personas cuando no queremos demonstrar nuestra falta del coñecimento, que criamos aquela que es considerada uña das expressiones más intrigantes del globo terriestre: la brasileiríssima se virar, descrita por el linguista Christopher J. Moore como uña expressión usada para descreber las situaciones nas quales usted tienta hacer algo, pero percebe que no tién el coñecimento suficiente para finalizar el trabajo".
em Pensar enlouquece.

Choque tecnológico


Para quando computadores nas colectividades, em lugar (ou para além) dos velhos tabuleiros de damas e dos baralhos de cartas já gastos? El País

A praga


Será que é desta que se resolve o problema dos pombos de Lisboa?

O designio do viajante

Há um arrepio de medo que me percorre. É dia e está sol lá fora. Penso neste momento que "Tudo é verdade e caminho" sintetiza na perfeição o que acho que seja a resposta de criança á pergunta sem idade: há um sentido para a vida? A vida não se faz senão de erros, mas todos os erros não são caminhos tomados por engano, em vez daquele certo que se insinuava mais tranquilo e proveitoso. Não... Tudo é verdade e caminho. Todos os caminhos errados não são caminhos errados, porque são caminhos como os outros. A felicidade do caminho certo, tem o mesmo valor da tristeza do caminho errado. Uma lágrima o mesmo valor de um sorriso aberto.

O que tem tudo isto a ver com o Destino? É fácil de ver, mais doce ainda de entender no coração. Pensas que tens um caminho, enganas-te... Pois na verdade, todos os caminhos são teus, e todos esses caminhos são os caminhos por percorrer. Nunca temas perder-te, pois só pode temer perder-se quem sabe para onde vai, e quem pode saber tal coisa? Se tens medo de errar, temes a vida, temes viver e saber da verdade que ai reside.

Nunca ninguém se perdeu. Não se pode perder quem nunca pode ter um só caminho, um fim de estrada guardado na sombra de uma árvore velha, um poço de água e fruta acabada de colher. Nunca ninguém se perdeu, porque todos os caminhos são os teus caminhos, e todos os erros, atalhos para outra verdade.

Tudo é verdade e caminho. Sim... Quando pensas que nenhum sentido tem a tua vida, porque ninguém por ela olha e te orienta, devias antes saber que olha por ela a ignorancia suprema, a senhora de todas as vidas, chamada Destino. Todo o seu corpo é uma descoberta, mãos fechadas no mistério, ou braços denudos, tudo que brilha quando o descobres. É por desconheceres que finalmente conheces. Chama-se a isso o designio do viajante.
(Texto respigado daqui)

terça-feira, outubro 25, 2005

O Manifesto

"Eu quero manter o sistema", disse Mário Soares. Para além desta grande novidade, no meio de todas aquelas múmias, a única coisa interessante foi mesmo a carinha laroca da Joana Amaral Dias. Aquela moça vai longe!

United Straights


Hillary Clinton parece encantada com a perspectiva de vir a ocupar a sala oval da Casa Branca. Deduzo que a notícia tenha causado algum "frisson" entre os jovens estagiários.

Rosa Parks


"First Lady of civil rights", Rosa Parks foi a primeira mulher negra que na América se recusou a sair de um autocarro para dar lugar a um homem branco.

segunda-feira, outubro 24, 2005

"Le Couperet"


O último filme de Costa Gavras é altamente recomendável, sobretudo a desempregados ou trabalhadores com vínculo precário.

No cinema

Num daqueles filmes de gangsters que foi sucesso há uns anos, talvez do Sergio Leonne, não me lembro, um jovem vai sair a primeira vez com uma namorada e está nervoso, e ansioso pergunta a um padrinho mais velho qual o segredo para se descobrir a mulher certa. "Quando a fores buscar para sair, sai e abre-lhe a porta do carro. Depois, dá a volta por trás, devagar. Se vires que ela entretanto estica o braço e abre a porta do teu lado... é ela!"

Doping e cultura


Depois de a vários atletas olímpicos serem retiradas as suas medalhas, e do recente caso do ciclista Lance Armstrong na Volta a França, também agora se contestam as vitórias futebolísticas do Inter de Milão, nos idos anos sessenta, por doping. Se estes efeitos retroactivos contaminarem outras áreas, não me admirava nada que qualquer dia Fernando Pessoa fosse proscrito por ter pensado e escrito o que escreveu sob o efeito alucinante do absinto. Ou que arranquem Rimbaud do pedestal se aparecerem provas científicas de que a sua obra foi fruto de um cérebro atulhado de hashish.

Pitágoras

domingo, outubro 23, 2005

A frase da semana

"ERRAR HUMANO BES".

Também acho!

"Cavaco é um homem que não leu muitos livros e tem pouca curiosidade intelectual". Clara Ferreira Alves

sábado, outubro 22, 2005

Porque a Terra é redonda

e roda, qualquer pequena agitação, qualquer pequeno ou grande movimento que aqui se produza, acaba sempre por se propagar de Oriente para Ocidente, como uma onda. Sempre assim tem sido e sempre assim será. Podem ser grandes ou pequenas, podem ter ciclos maiores ou menores, mas são leis da natureza tão inelutáveis quanto a força centrífuga ou a gravidade. Nós, os que habitamos o planeta nesta época, temos o privilégio de assistir a uma tal aceleração, que é possível que um cosmonauta hoje em órbita se lembre de histórias de lobos que tenha ouvido ao colo do pai ou de um avô contadas à volta de uma lareira. Que um jovem num qualquer lugar da Índia esteja neste instante sentado frente a um computador a conversar com outro no Massachussets. Ou que uma ave migratória vinda do Oriente...

sexta-feira, outubro 21, 2005

Se não és por mim és contra mim

Na campanha eleitoral que agora começou, por muito que tentem fugir a esta armadilha, os jornalistas vão acabar todos por ser para ela arrastados, sobretudo pelas duas principais candidaturas.

Paranóia


Pode a meteorologia ser uma arma de guerra?
in Courrier International

O amor já não é o que era

Sério ou sizudo?

Ouve-se com frequência dizer que a grande qualidade de Cavaco é a seriedade, como se isso já não estivesse implícito no desempenho de cargos públicos e políticos. Sabe-se que Cavaco, como Salazar, não fez fortuna como governante, mas isso não impediu que muitos dos seus colaboradores mais próximos o tivessem feito.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Cristiano Reinaldo?

quarta-feira, outubro 19, 2005

aceita um café?


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A Lusofolia há um ano.

Berlogs


Crise? Qual crise? A crise vence-se com imaginação,
criatividade e trabalho. Parabéns à Patrícia!
O vento na praia

Micro-causas

por que vale a pena lutar.

(foto de João Mariano)

Richard Dawkins

terça-feira, outubro 18, 2005

Um dois três...


Um blog, além de criativo, também pode ser lucrativo. Ora vejam.
Esta juventude vai longe!

do norte


chegam notícias. Fico contente!

Espírito Santo de orelha


Logo hoje que o grande patrão da banca vai estar em directo na TV é que estas coisas acontecem?

ele há dias...


que passam por cá umas senhoras tão simpáticas, que me deixam sem jeito! Tenho que passar a ter aqui um cházinho e uns scones...

segunda-feira, outubro 17, 2005

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copiado daqui.

Como apanhar um Tatu


Um post do meu "amigo sábio", sugeriu-me a expressão brasileira, intraduzível para português, "Nem Tatu aguenta!" Alguém me explicou que o Tatu, como se pode ver na imagem, tem o corpo coberto por uma carapaça de grossas escamas, e que quando se sente perseguido, enfia-se na primeira toca que encontra, acabando por ficar muitas vezes com a cauda de fora. O caçador puxa então pela cauda para o arrancar da toca, mas não é fácil. As escamas não permitem que ele saia para trás. Entretanto houve alguém que um dia se lembrou de enfiar o dedo no ânus do animal, ele encolheu-se imediatamente... e depois foi só puxar!

sábado, outubro 15, 2005

Os tetravós


Quem quiser conhecer a família, saber as suas origens, ou o seu mais antigo ancestral, tudo isso, já pode. Basta fazer um exame de ADN através do Genographic Project. Experimentem, pode ser uma surpresa.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Blogs nu feminino


Ontem não pude lá ir, paciência, mas hoje bem tenho procurado uma notícia, um sinalzinho por aí, um recorte de jornal, qualquer coisa que me diga e que me mate esta curiosidade, e nada. Ou foram todas prás nites e está tudo com a ressaca, ou acabou a puxarem-se os cabelos e não me querem dizer nada? Vá lá...

400 estalos (nos tradutores)


Há anos que me faz comichão a tradução do título do filme de Truffaut que todos os cinéfilos conhecem por "400 golpes". Não faz sentido, e depois de se ver o filme ainda menos. "Faire les quatrecents coups", quer dizer em português fazer "trinta por uma linha", título que não podia estar mais adequado. Hoje, com a tradução de Harry Potter, não é com certeza a ignorância que faz estes disparates.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Cavaco


já tem assessores para a campanha. Espero que eles desta vez não se esqueçam dos lencinhos de papel para lhe limparem a saliva aos cantos da boca.

Marshal McLuhan


o profeta da globalização, no mínimo.

quarta-feira, outubro 12, 2005

A Jangada de Pedra

"Já nos falta muito pouco para a América Latina. Já temos a desigualdade social, já temos o descrédito das instituições, já temos o povo, já temos os caudillos. E até já temos os furacões... Não sei se quero viver aqui".
em Hipatia

Lula matou Jimmy Hoffa


«... nesse ponto a voz já vem tão distante que fico em dúvida de que ouvi isso mesmo. Lula matou Jimmy Hoffa? Estou na rua, sinto que estou acordando. Mas Francis continua: "E enterrou em Osasco. Como você acha que Lula perdeu o dedo? Cavem bem fundo no shopping Osasco, bem debaixo do Habib’s, abram a mandíbula de Jimmy Hoffa e vão encontrar um dedo mindinho lá".»
(entrevista de Alexandre Soares Silva com Paulo Francis no Paraíso)

Ainda o Che


Ou porque não se viu o filme todo até ao fim, ou porque a leitura da História é apressada, é bom lembrar que quando o Che abandonou África, desiludido com a qualidade dos homens que tentou ajudar na luta pela libertação, Kabila entre outros, partiu com a célebre frase: "Com líderes destes, África pode contar com outros quinhentos anos de escravidão". Não sei se a História o absolverá, mas está a dar-lhe razão.

Nem o furacão resiste

(nem a gente almoça)

Até o Vince, ao aproximar-se daqui, deprimiu.

terça-feira, outubro 11, 2005

Prós e contras II

Sérgio Figueiredo, dirigindo-se a esse mediático Guru das coisas da economia: "O doutor Miguel Beleza, para não correr o risco de se enganar, faz sempre várias previsões".
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"La posibilidad de una isla"
Depois de ter sido considerado blasfemo e processado por atacar o islão, é agora o budismo o alvo da crítica de Michel Houellebecq.
Conhecido o pacifismo dos budistas, chama-se a isto escrever pelo seguro.

Prós e contras

Concordo com Salgado de Matos quando diz que as eleições para uma autarquia só dizem respeito a essa autarquia. Transformar eleições locais em eleições nacionais é um erro. Deviam até ser feitas em datas diversas. Assim, o mediatismo de umas não influenciaria as outras. Parece-me uma boa ideia.

segunda-feira, outubro 10, 2005

"A morte de Colombo"


Na correria aos primeiros resultados eleitorais, ontem, ainda se conseguiu ouvir Eduardo Lourenço na TSF comentar o estado do sítio e falar do seu próximo livro. Há casos em que vale mais uma palavra que mil imagens da TV.

o sr. Avelino

tem sérias razões para estar preocupado. Agora que já não tem poleiro onde se agarrar, o mais provável é que o agarrem a ele. Sintomático foi, assim que soube da derrota, ter começado logo a estrebuchar acusando os grandes empreiteiros Mota e Engil de serem os culpados. E eu suspeito que ainda vá correr muita lama debaixo das pontes. Os próximos episódios prometem!

domingo, outubro 09, 2005

Ganharam os bandidos!

Amanhã vou ao "prego" levantar a pistola que lá deixei da última vez.

Pacheco Pereira apelou à indignação dos portugueses e dos órgãos de informação perante a eleição de Valentim Loureiro. Pena nunca se ter indignado ele próprio com a presença do barão no PSD durante tantos anos.

Um plano Marshall para África?

No editorial do DN, António José Teixeira escreve sobre a necessidade de um plano Marshall para África, e refere que Blair já mostrou algum interesse. Só falta a União Europeia interessar-se também.
Sei que há uns anos, em França, Dominique de Villepin lançou um projecto muito interessante em que se legalizavam os imigrantes e, além de trabalho, se lhes dava formação profissional e um prazo de permanência no país. Findo esse prazo regressariam com um subsídio e um projecto de micro-empresa aos seus países de origem. Com base neste projecto, já houve alguns casos de sucesso no Gahna e no Senegal com pequenas empresas agrícolas e de construção. Pareceu-me uma belíssima ideia.

Faz hoje anos


que o mataram.
Obrigado ao JG por nos fazer lembrar.

Tive uma ideia!

A propósito dos recentes "assaltos" a Melilla e Ceuta, e também sobre a entrada da Turquia na Europa, escreve Eric Le Boucher hoje no le Monde que a fecundidade dos países árabes e muçulmanos aqui à volta é tal, que faz com que eles precisem de criar até 2020 mais cem milhões de postos de trabalho, sob pena de a invasão se agravar. Eu sugeria que se deslocalizassem para lá as fábricas de arame farpado.

sábado, outubro 08, 2005

Ser honesto

"... não importa se por parte de pai ou de mãe, é uma droga danada. Em geral não tem cura. Não fosse essa dignidade, esse caráter todo que herdei do meu pai, eu estaria rico". (declaração de um motorista de táxi carioca)
no mínimo
Esta "conversa de pobre" é conversa de quem não sabe o trabalho que dá ser rico. Nem o medo que dá a cobiça dos outros ladrões.

Quantos de nós


se poderão gabar de uma vitória destas? Apesar disso, o moço sofreu hoje uma pesada derrota quando uns seguranças o arrancaram em peso de trás, ou melhor, de cima do locutor da TV, em directo à porta do hotel da selecção. (Já em tempos tentaram o mesmo com o Paulo China mas sem sucesso. Com aquele peso...)

A dúvida da vida

O Presidente Sampaio diz que não tem dúvidas. Pode estar enganado, mas não tem dúvidas. Será que ele diz estas coisas para que não o confundam com o que vem a seguir? ... se calhar!

Hoje

muita gente pergunta o que mudou nestes últimos trinta anos.
Muita coisa, quase tudo, menos as pessoas.

Esta vergonha


que se passa agora aqui às portas da Europa, com a total impunidade dos corruptos e incompetentes líderes africanos, não é mais do que a sequência "lógica" das relações anteriores (e actuais) dos europeus com África. Os tais 500 anos de história comum com que alguns parvos enchem a boca, foi nisto que deram. Enfrentar esta "invasão" da Europa, chama-lhe o Fernando Madrinha agora no Expresso o Desafio do Século.

A pandemia

O vírus que afecta muitos, ou mesmo mais, portugueses que apitam e insultam os seus adversários na estrada, apesar de eles próprios cometerem as mesmíssimas barbaridades, quer-me parecer que é o mesmo que os faz gritar nos estádio de futebol os piores insultos aos jogadores do seu próprio clube quando estes falham. A maioria deles que nunca deu um chuto numa bola, nem com as suas barrigas são capazes de subir dois lances de escada. Scolari, essa espécie de tio da Pátria (já que o Pai não sabem quem é) lá vai com a sua paciência tentando fazer pedagogia. Mas a sombra do "vitorioso" Mourinho já paira sobre estes toutiços e não os deixa ter sossego, nem pensar. O Scolari só tem razão se ganhar. Mai nada!

sexta-feira, outubro 07, 2005


Os imigrantes não marroquinos que são devolvidos por Espanha a Marrocos, são depois abandonados no deserto.

(a imagem foi copiada da Tabacaria)

Um Presidente radical


Se fosse eu o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,
ou melhor: Se eu mandasse neste País, além de poribir com efeitos imediatos qualquer nova construção em Lisboa, sobe pena de fuzilamento sumário de quem fosse apanhado a trazer para dentro da cidade um tijolo sequer ou um saco de cimento, mandava elevar a linha do comboio de Cascais, pelo menos até à Cruz Quebrada, e devolvia a cidade ao rio. Quem não concordasse, era também devolvido ao Tejo.

Adenda: Há outras medidas na forja. E atenção que a correnteza do rio costuma ser forte, especialmente na vazante.

As primeiras páginas

dos jornais de todo o Mundo (ou quase), todos os dias, aqui.
Cortesia da tia Maria que ainda não tem um blog e é uma pena.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Deixem-me ver o Mantorras!


Este fim de semana Angola corre o risco de ser apurada para o Mundial de Futebol na Alemanha. Espero que a mim me deixem ver o jogo. Vou acender uma vela na Muxima... Aiwé Campião!

O fascismo

é a glorificação do carrasco por ele próprio. O comunismo, mais dramático, é a glorificação do carrasco pelas vítimas. (Camus)
in Contra a Corrente.

O Presidente

Sampaio, ao fim de dez anos, parece que acordou. Só que mal e para o lado errado. Quis ficar bem com a sua consciência, denunciando a corrupção, mas acabou por dar um tiro no pé. Como advogado, vai ter dificuldade em arranjar emprego.

quarta-feira, outubro 05, 2005

A boleta

Jerónimo de Sousa acusou os deputados de se "aboletarem" com o subsídio de reinserção (quando abandonam o lugar) e contrapôs o seu exemplo. Entregou o valor do subsídio ao PCP.
Pergunta: É compatível com a lei em vigor o financiamento dos partidos com subsídios atribuídos aos deputados para a sua reintegração profissional?
In o canhoto.

Vão ao Totta! (ou ao BES)

Já por diversas vezes ouvi a notícia de que a dívida de cada cidadão português - não sei porquê nem a quem - ascende a 10 mil euros. Isto na mais recente referência. Pois eu acho um profunda injustiça e que as contas estão mal feitas. Cada um deveria pagar, se um dia for obrigado a isso, segundo aquilo que tem, segundo o "peso" do seu património.

Uma das vantagens da monarquia

é que um Rei não dá autógrafos. O nosso Presidente da República sujeitou-se ontem numa escola a uma sessão de autógrafos, como um qualquer jogador de futebol, e acabou a sugerir aos meninos que fizessem fotocópias, "Porque eu tenho mais que fazer", disse ele.

terça-feira, outubro 04, 2005

Tarrafal


Ainda sobre os heróis do Tarrafal,
vale a pena ler isto.

"Se acreditares em mim eu ajudo-te"

Estas palavras, que jurava ter ouvido da boca do próprio Deus, fizeram de Amin um homem profundamente crente. Uma noite, uma grande cheia fê-lo fugir para cima do telhado da sua casa para não ser arrastado pelas águas que subiam a um ritmo assustador e ameaçavam leva-lo na enxurrada. Mas como era crente, rezou e esperou. De manhãzinha cedo, uma barca com sobreviventes que vem rio abaixo, passa perto dele e atiram-lhe uma corda gritando para que se juntasse a eles. Ignorou. Disse que ficava, que Deus o ajudaria. E a barca seguiu. Mas a água continuava a subir e já lhe ia chegando aos calcanhares. A meio da manhã passa um helicóptero que o vê e lhe lança uma escada para que subisse. Não se mexeu, e mais uma vez ignorou a ajuda. Deus ajudá-lo-ia! Não foi preciso esperar muito mais para que o pobre do Amin fosse engolido pelas as águas. Quando se apresentou perante o Senhor, ainda todo encharcado e indignado por Ele não o ter ajudado, Deus respondeu-lhe que lhe tinha mandado duas ajudas, primeiro um barco e depois um helicóptero. Que mais querias que eu fizesse?

segunda-feira, outubro 03, 2005

Quando

"há uns anos disseram a Manuel Alegre que este ainda iria ser um dia a bandeira do partido, não o avisaram que isso consistia em lhe espetarem um pau no recto para assim o exibir ao resto da nação".
The Old Man

Um capitalista

puro e duro, Monteiro de Barros, foi hoje entrevistado na 2 e eu só o ouvi de relance - o Sporting estava a perder e eu não queria perder pitada. Mas dizia ele que em Portugal o Estado privatiza as empresas mas quer continuar a ter controle sobre elas. Porque é que não se faz como em França? Se são de interesse estratégico não se privatizam. Não se pode é querer, por um lado encaixar milhões, e por outro continuar a mandar.

domingo, outubro 02, 2005

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"Sócrates está a fazer um rejuvenescimento da rede de interesses dentro do PS e, desse ponto de vista, o grupo à volta de Soares está a perder peso e influência, o que foi aliás uma das motivações de Soares para concorrer. Talvez por isso, um confronto Soares-Sócrates tivesse muito mais sentido do que Soares-Alegre". JPP

Polvo à portuguesa

Confirma-se


O problema de Portugal e dos portugueses não é político mas moral. Sabe-se agora que o Governador do Banco de Portugal ganha por ano quase o dobro do seu homólogo americano.

Invejoso eu?

Acabo de descobrir os melhores rissóis de Lisboa. E não são de camarão, são de atum e alho francês!! E também não digo onde foi porque nestas coisas eu não estou para às tantas ter que ir para a bicha, ou pior ainda, correr o risco de já terem acabado.

Começarem as Otárquicas!

Não perquem...

Os cartazes da campanha.