Desde a Idade Média até à época das Descobertas, o açúcar, que era um
produto de luxo na Europa, reservado às classes altas, era produzido, ao que se sabe, na região do Médio Oriente - Síria, Egipto, Creta e Sicília, e no sul de Espanha também. E há em arquivos no Cairo registos da época que dizem que a produção e comercialização do açúcar nessa altura estava na mão de Judeus locais.
Quando o consumo se generalizou na Europa e chegou à península Ibérica, foram também Judeus locais que tomaram a seu cargo o negócio e se encarregaram de o expandir. Foram responsáveis, muitos deles, pela introdução do cultivo de cana-de-açúcar, primeiro na Madeira e depois na costa de África e Brasil, tornando-se assim produtores também e trazendo o controle do negócio para ocidente. No Brasil, em pouco mais de meio século - o tempo que nos separa hoje da segunda guerra mundial - alcançaram grande sucesso e fortuna, tomando rapidamente conta do negócio no Atlântico e na Europa.
A partir de 1580, data da "unificação" da península Ibérica, intensifica-se a inquisição em Portugal e depois no Brasil, onde a expulsão de muitos produtores os leva para outras paragens no Caríbe. Outros internam-se no sertão e iniciam uma verdadeira caça ao ouro e às pedras preciosas, sobretudo na região de Minas Gerais. Os que regressam à Holanda deixam aos portugueses apenas a produção, continuando eles a dominar o negócio.
Visto de um ponto de vista estritamente económico, não passou de um meio de apropriação ilegítima, que o tempo acabou por revelar um fracasso.
Muitos dos Holandeses que fogem do Brasil são descendentes de portugueses que em vez de regressarem à Europa, resolvem rumar para norte e ajudar a fundar a cidade de New Amsterdam, hoje Nova York.
Já no séc.XX, com o nazismo no centro da Europa, a deportação de judeus e todo o holocausto, não se tratou de nada muito diferente. Curiosamente nessa época o negócio do açúcar ainda se mantinha em mãos judias polacas.
Hoje, esta nova inquisição que divide grande parte da humanidade, é também um meio utilizado na luta pela apropriação do poder económico.
Já não será o açúcar, mas os nossos motores não podem parar de fabricar doces.