As Toyotas da periferia

Parece que era assim que eram chamadas as mulheres que ajudaram na luta armada. "Toyotas"... porque eram elas que carregavam tudo às costas enquanto os homens andavam aos tiros, ou estavam a descansar dos tiros.

Mau Maria!

Hoje cedo, quando saí para a rua, tive que dar meia volta e ir vestir um tricot, por causa do frio. Claro que a meio da manhã já o tinha tirado, mas mesmo assim, isto não estava previsto.

Menina na Namaacha

Um case study de arquitectura

A arquitectura da época colonial em Moçambique é hoje reconhecida internacionalmente e objecto de admiração e de estudo pela sua qualidade e pelo seu aspecto inovador para a época. Pois parece que fez escola. Este futuro bar à beira da estrada, na Matola, é prova de grande inovação, sobretudo na mistura de materiais. Um verdadeiro case study.

Blogs de Moçambique

Hoje inaugurei ali mais abaixo, depois dos links institucionais, a secção dos links cá da terra. Um é já um velho conhecido que vim conhecer pessoalmente, o Machamba, uma companhia sempre estimulante. Os outros dois, um é um jovem expatriado que gosta de futebol e que chama os bois pelos nomes. Diz que o Salazar foi um filho da puta e diz muito bem. O outro, um pouco mais velho, o Machado da Graça, é um "velho" jornalista cá da terra com quem já tive também o prazer de trocar umas ideias. Estamos juntos e muito me honram

Acho mal e acho bem

O problema das cartas de condução.
Parece que as autoridades de trânsito portuguesas têm posto, ou pensam passar a pôr objecções a que os moçambicanos conduzam em Portugal. Bem, quanto às cartas de condução não sei, mas se se referem à maneira como eles conduzem aqui, acho que deviam ser terminantemente proibidos de conduzir seja onde for. E também os portugueses que tenham estado expatriados mais de três meses, e que se suspeite que tenham conduzido aqui, teriam que se submeter a novo exame de condução ou, no mínimo, a testes psicoténicos.

A propósito, vale a pena ler este texto publicado num jornal local.

Adivinha

Os angolanos têm agora mais uma razão para se sentirem orgulhosos. O seu presidente acaba de inaugurar um novo centro Comercial que, segundo a BBC, até tem um Rolls à venda, ou Bentley, é a mesma merda! Não querem tentar adivinhar quem será o primeiro proprietário?

Vindo de longe

... um doce. Saravah!

A minha mais recente descoberta

Manifesto
O poeta latino Tito Lucrécio Caro, que viveu no século I a.C., escreveu um único livro: o poema De Rerum Natura. Nele defende a teoria atomista (Demócrito já tinha dito antes «Tudo no mundo é átomos e espaço vazio») mas fala, além de coisas da física e da química, de muitas outras coisas: biologia, psicologia, filosofia, etc.

O blog que partilha o título com o poema de Lucrécio fala também de várias coisas do mundo, procurando expor a sua natureza. Parte da realidade do mundo (o nosso mundo, feito de átomos e espaço vazio) para discutir o empreendimento humano da descoberta do mundo, que é a ciência, e as profundas implicações que essa descoberta tem para a nossa vida no mundo.

Estar longe

Já quase não vejo notícias de Portugal, a não ser os jogos da bola que dão na televisão. Na rádio, a princípio ainda cheguei a ouvir a RDP África, mas foi só até descobrir a rádio France Inter que tem aqui uma coisa parecida com a Rádio Paris-Lisboa, uma emissão bilingue para África e Brasil, que além de óptima música tem notícias e comentários do Mundo inteiro. Na Net, ainda vou lendo o Abrupto, que me vai dando uns resumos e umas análises do que se passa durante a semana, e basta-me. Porque o Sócrates, o Portas, e a Ota, já não dão com a perdigota. Estar longe ajuda a perceber quão mesquinhas e ridículas são as preocupações dos portugueses.

Com os Médicos do Mundo

Na Namaacha, junto à fronteira com a Suazilândia.

Esta "Mamã", que acompanhava um grupo de crianças a quem foi feito o teste do Hiv, proporcionou-me este momento mágico quando soube o resultado da contranálise que afastava a suspeita de que esta criança estaria infectada.

Às Mamãs pretas

Eu, que me comovo por tudo e por nada, já aqui tive ocasiões para verter a minha lágrimazinha. A primeira terá sido logo à chegada, quando tornei a ouvir o vento da tarde nas copas das casuarinas, tal como ouvia na ilha da minha infância. Mas verdade verdade, aquilo que mais me enterneceu foi ver uns bébézinhos muito branquinhos, alguns deles ainda de mama, enrolados em lindas capulanas coloridas às costas das suas amas negras que os carregam como se fossem seus filhos, e andam com eles de manhã nas compras, nas lojas e nos mercados enquanto as mamãs brancas foram trabalhar, ou estão no cabeleireiro, ou têm mais que fazer.

Amado mas mal amado

O ministro dos estrangeiros português está em Maputo, mas o jornal oficial cá do burgo, na sua edição de hoje, ignora completamente o facto. Porque será? Eu, cá por mim, se o vir, pode ser que ainda lhe dê um passoubem.

ainda em Inhaca

As incríveis núvens do Índico.

Post com dedicatória

Como o meu querido Pai faz hoje anos, este amanhecer na ilha de Inhaca vai daqui especialmente para ele com uma dedicatória e um beijo e um grande abraço de parabéns.

Estamos juntos!