quarta-feira, dezembro 03, 2008

Ganharam as batalhas mas perderam a guerra


"Entre 1961 e 1991, a África serviu de campo de batalha para quatro adversários com interesses bem definidos. Os Soviéticos queriam estender a sua influência por um novo continente, os Estados-Unidos apropriar-se das riquezas naturais existentes em África, os antigos impérios sentiam vacilar a sua potência colonial e as jovens nações defendiam a sua independência acabada de conquistar. Contra o capitalismo, o socialismo ou o colonialismo, estes povos que pela primeira vez eram senhores dos seus países, tornaram-se uma espécie de terceiro bloco e combateram em nome de um novo ideal: o internacionalismo como arma para assegurar a independência nacional.
Todos os jovens revolucionários africanos, como Patrice Lumumba, Amílcar Cabral ou Agostinho Neto, apelaram aos guerrilheiros cubanos para os ajudar na sua luta. E a Cuba de Fidel Castro teve um papel crucial, embora pouco conhecido, na nova estratégia ofensiva das nações do Terceiro Mundo.
Por detrás dessa guerra que se disse "fria" e dos seus confrontos "por procuração", Cuba, uma odisseia africana vai da epopeia trágico-cómica de Che Guevara no Congo até ao triunfo na batalha de Cuito Cuanavale em Angola para contar a história desses internacionalistas, cuja saga ajuda a compreender o mundo de hoje: ganharam todas as batalhas, acabaram por perder a guerra."


Infelizmente, as autoridades angolanas de hoje, que são as mesmas de ontem, parecem lidar mal com a sua História. .
(com a colaboração do nosso correspondente em Tete António Teixeira)


A propósito, ver o vídeo: