O Poder e a Ciência
O Poder, que é exercido quase exclusivamente por gestores e juristas, compõe a sua corte e o ramalhete para o retracto com alguns homens de cultura também, mas poucos. E normalmente só literatos. Os homens da ciência estão arredados deste círculo, e percebe-se porquê. É da própria natureza da ciência aprender com os erros. O erro para um cientista não é uma derrota, e muito menos para ser escamoteado por razões políticas. O erro é apenas um passo que tem de ser analisado e explicado, para ser evitado na próxima experiência. Para se avançar. Ora ainda está para nascer o político que confesse que errou, que se enganou. Veja-se o caso do Cavaco, por exemplo, que só agora passados quase vinte anos vem dizer muito timidamente que afinal «às vezes tem algumas dúvidas». Mas enganarem-se? Nunca!
Adenda: O primeiro feed back deste post já o tive via telefone, apesar da janela dos comentários nunca ter estado tão escancarada. Uma amiga, bloguista que por acaso é jurista, ou jurista que por acaso é bloguista, quase se abespenhou comigo por lhe ter dito que enfiou a carapuça quando à pergunta que eu lhe fiz sobre quem sería para ela o ministro mais importante deste governo, sem hesitar me diz, «da Administração Interna». Na mouche! Mas é natural, se fosse um médico provavelmente diria «da Saúde». Eu cá para mim voto no Mariano Gago. Mas além disto não ser a Quinta das celebridades, terei eu algum voto nesta matéria?
1 Comments:
Já somos dois. E eu sou um indefectível de Mariano Gago. Projectos como o Ciência Viva (hibernado por Durão) não dão votos como o Betão, mas são de um valor incalculável na formação dos nossos pequenos.
Acabo de ouvir na TSF a sua excelente entrevista: aqui está alguém que sabe o que quer fazer.
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