"Já cheira a calulu"
"Começo por refogar metade de uma cebola picada em óleo de palma, depois o tomate maduro cortado aos cubos, as postas de corvina seca e fresca, as beringelas aos quadrados, a folha de louro. Deixo repousar sobre o lume brando alguns instantes antes de colocar o resto da cebola e do tomate, assim como os espinafres, que, apesar de aparecerem a substituir as folhas de rama (impossíveis de encontrar fora de Angola), ainda assim quebram o galho.
Já cheira a calulu, já consigo viajar até Benguela. Às vezes pergunto-me como consigo resistir ao Inverno, manter-me tanto tempo afastado da terra, eu que nem sou de me entregar à saudade, que vivo bem sem o funge, a bandeira gastronómica dos angolanos. Não sei responder ...
A colher de pau visita o interior do tacho com cerimónia, não podemos deixar o peixe desfazer-se. Não é necessário colocar água para o molho, esta virá dos próprios ingredientes, basta ser paciente e não subir a intensidade da chama, o calulu é de cozedura lenta e só colocamos os quiabos na panela passados 30 minutos. Depois dos legumes cozidos e do peixe estar no ponto, desfaço uma colher de sopa de farinha de mandioca em água para engrossar o molho e deixo apurar por mais alguns instantes
Abençoado seja este calulu."
Uma receita de Kalaf
1 Comments:
nham...nhamm... vê se descobres a receita do m'zumgué. Encontrei uma receita na net, mas não é a verdadeira porque não leva mandioca fresca
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