sexta-feira, julho 22, 2005

A febre do Ouro

Há uns anos apareceu em Angola um casal de dentistas gays, espertíssimos. Acho que foram eles que levaram para lá a ideia bizarra, que acabou por se revelar um enorme sucesso, de implantarem dentes de ouro nos maxilares de quem quisesse. Pois a moda pegou, e até chegou às mais altas esferas, como se sabe. Mas atenção, era para quem quisesse mas pudesse, porque para se ter um dente de ouro era condição trazer de casa o produto. A época era de crise e não havia ouro aos pontapés. Os dentes eram maciços, diziam eles, e era preciso muito ouro. Uma aliança, um brinco, uma pulseira, o que fosse. Tudo servia. Recebidas as joias, toca de refundir tudo aquilo lá nos fundos do consultório. Claro que os dentes postiços depois só levavam uma capinha dourada e mais nada. O resto, imagino, deve ter dado para se fazerem muitos outros broches. Se ninguém lhes torceu o pescoço entretanto, devem ter ficado ricos!