A hipoteca dos Jerónimos
A quando da preparação da Expo 98, um famosíssimo músico internacional (não me perguntem o nome) que várias vezes visitou Mafra e entretanto se apaixonou pelos sinos portugueses e pelo seu fabrico, conseguiu convencer um alto dirigente político da altura (também não me perguntem o nome) a mandar construir 24 sinos em bronze, enormes, cada um deles a ser afinado por ele próprio, o músico, para um espectáculo único no Mundo, o encerramento da Expo. Uma espécie de xilofone gigante, seria "O Concerto do Século", dizia-se, Portugal World Wide, o costume. E sabem por quanto ficava a brincadeira? Cinco milhões de contos(!) - ao preço antigo. Parecia muito, sussurrava-se. Pois parecia. Mas para isso arranjou-se o concurso de um banco japonês que financiaria o negócio, e o estado avalizava. E sabem como? Adivinharam. Nem mais nem menos hipotecando os Jerónimos, foi essa a condição que os japoneses impuseram. Na altura pareceu um pouco irrazoável, mas era só um proforma notarial, depois se resolveria. Só que não se resolveu. Os sinos não ficaram prontos a tempo e teve que se arranjar outra música para aquele fogaréu do final. Lembram-se? O fabricante entretanto não os acaba enquanto não vir o dinheiro, o músico pirou-se com uma dúzia de sinos não se sabe nem como nem para onde, e nisto os japonesinhos, eu tenho-os visto aos magotes a rondarem o Mosteiro e a perguntarem quando tá plonto? Quando tá plonto? Parece que se vai tornar num condomínio de luxo para velhinhos reformados, onde só se come sushi, e aos domingos deixam entrar os indígenas por um preço especial. Não me parece mal, só é chato eu não gostar de sushi.
4 Comments:
Aaaaah! Que bom! Afinal, voltaste...
Ó pá, diz lá depressa que foste tu que inventaste isto porque é demasiado penoso pensar que isto possa ser verdade!
Só juro que não gosto de sushi porque nunca provei. Quanto ao resto...
karina
gracias para este blog esto es realmente interessant
saludos
---------------------------
Crédito sin Comisión
Enviar um comentário
<< Home